18 agosto 2009

Leviatã


Ahab usava bastante o termo “Leviatã”, na peça. Eu sempre gostei desta palavra e do significado dela. O Leviatã é uma criatura imaginária, geralmente de grandes proporções, bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Moderna. Ahab considerava Moby Dick como um desses monstros diabólicos. Há referências do termo Leviatã ao longo de toda a história, inclusive no caso do Monstro do Lago Ness. O Livro de Jó, capítulos 40 e 41, aponta a imagem mais impressionante do Leviatã, descrevendo-o como o maior (ou o mais poderoso) dos monstros aquáticos. Quando se levanta, tremem as ondas do mar, as vagas do mar se afastam. Se uma espada o toca, ela não resiste, nem a lança, nem a azagaia, nem o dardo. O ferro para ele é palha, o bronze pau podre. Em outras interpretações, o Leviatã aparece na Bíblia sob a forma do maior dos seres aquáticos, como um crocodilo ou então na forma de um enorme peixe, uma baleia. Leviatã (Leviathan ou Leviatha) também é citado na demonologia como um dos quatro príncipes coroados do inferno. Seu nome vem do hebraico, e significa Serpente Tortuosa, uma referência tanto a sua natureza animalesca como ao seu aspecto oculto. Seu arquétipo refere-se a brutalidade, ferocidade e aos impulsos mais selvagens e incontidos da humanidade. Segundo os escritos de La Légende Dorêe, datados de 1518, Levitã é comparável a um dragão, metade besta e metade peixe, muito maior que um boi e absurdamente mais comprido e rápido que um cavalo. Seus dentes são agudos como espadas e possui chifres em ambos os lados da cabeça.
O Dicionário Judaico de Lendas e Tradições de Alan Uterman afirma que os olhos do Leviatã iluminam o mar à noite e podem ser vistos a milhas de distância. A água ao seu redor ferve com o hálito quente de sua boca, o que o faz ser sempre acompanhado de cortinas de vapor escaldante. O odor fétido do Leviatã pode superar até a fragrância do jardim do Éden, e caso seu fedor lá penetrasse, ninguém poderia sobreviver. De acordo com a tradição cabalística o Leviatã simboliza Samael, o príncipe do mal, que será destruído nos tempos futuros.

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