17 agosto 2009

Moby Dick



































Semana passada estive no Rio e fui assistir Moby Dick, uma adaptação de Aderbal Freire-Filho. A montagem foi feita no teatro Poeira, em Botafogo. Na Rua João Batista, uma pequena rua de 2 quadras que começa no portão do cemitério e termina na Voluntários da Pátria. Uma arquitetura muito bonita, bem aconchegante por dentro.

Na entrada, uma imensa plotagem dos homens com cabeça de baleia. Sempre gostei deste livro e da busca insana de Ahab contra as forças malignas e misteriosas que o atormentam. Chico Diaz representa o capitão arrebatadoramente. Obcecado por matar o tal “Leviatã” branco dos mares. Aliás, adoro este termo e um próximo post será sobre ele. Os marujos foram representados por Orã Figueiredo, Isio Ghelman e André Mattos. A viagem durou duas horas, por vezes bruta como necessária à vida no mar. Tempestades, relâmpagos. Você sentia que viajava junto, principalmente pelo fato do teatro ser em forma de arena, circundando o palco, transformado em barco. A platéia virou a tripulação. Os atores se utilizavam de vários artefatos ora para criar os efeitos sonoros da aventura, ora se transformam também em outros personagens secundários como tripulantes sem nomes. Em vários momentos, Ahab falava conosco, como se fôssemos marujos também. Sobre o piso de madeira carcomida do navio, vários baús com objetos utilizados para o desenvolvimento da estória. Gorros, livros, mapas, garrafas. E íamos entrando aos poucos no jogo, na obsessão da busca de Moby Dick. Com falas ligeiras e movimentos brutos, os atores te envolvem no labirinto cinético que lembram o sobe-desce das violentas ondas do alto mar. E a obsessão de Ahab vai se tornando também, a nossa obsessão. Saí do teatro, mareado, tonto. Um sobrevivente empolgado e inspirado.































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